quarta-feira, 25 de junho de 2014

Meus eus

     


     E o meu mundo interior é configurado com cinco eus ativos. Esse mundo é constituído também por cores, por criaturas diversas, e cenários, às vezes, inimagináveis. Esses meus eus, dos quais se constroem segundo por segundo, criam em seus contextos sociais indispensáveis e obrigatórios, os seus conceitos e paradas necessários à tessitura das suas raízes verdadeiras.
     Às vezes, me pego usando esses eus sem perceber, e que vez ou outra, eu também me pego tendo consciência de que estou usando-os. Por vezes, quero varrer as tempestades dentro desse mundo que ninguém conhece; dentro de mim, que somente eu deixei tais sujeiras se acumularem em seus aspectos mais temíveis a meu ver, de acordo com as ideias utópicas que me envaidecem. Porém, isso faz parte das ideias dos meus eus, pois eles são partes de mim.
     O meu eu superior é um passarinho que me designa a voar, visto que sem ele eu não seria tão cabeça aberta e não teria vontade de arriscar de vez em quando; meu eu inferior quer mostrar métodos luciferiano ao meu coração, me fazendo acreditar que ele é o caminho certo; meu eu mascarado é aquele que cria mais cores e mais criaturas no meu universo particular e, me faz sair das rotinas estagnadas que meu eu inferior quis me colocar, pelo menos o eu mascarado me coloca em movimento; o meu eu criança é aquele que não me deixa esquecer que brincar faz parte da vida e que certos momentos com doces e travessuras, cobre a alma de guloseimas e piadas, aquelas que são necessárias para gargalhar de vez em quando, distrair a mente da bagunça interior. E há outro eu, não menos importante, é o eu observador, aquele que vê todos os outros eus agindo. Ele observa, coleta dados e analisa-os. É o eu observador que sabe o que se passa no palco da minha vida.
     Esse é meu mundo, aquele que é contínuo e efêmero, e também se desenvolve a cada vez que um dos meus eus resolve aparecer, com uma novidade ou até um problema. Além disso, sem eles eu não seria construída nas ruelas da minha imaginação fértil, pois não teria como viver em sociedade, visto que cada um é importante para meu crescimento moral e intelectual.

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