sábado, 20 de junho de 2015

Em seus braços



Há muito tempo eu não havia conhecido outros braços como os teus, tampouco sentido a tua força ao me livrar de qualquer contratempo para me arremessar no teu peito e me proteger nele. As minhas veias navegam lentamente quando o calor das tuas palavras e o aconchego do teu encanto investem em mim. Me envolvem com enlaço, ah, esses enlaços que me domam e me aprisionam.

Fiquei tão perdida nas tuas tentativas de fugir, que nem me emocionei quando isso ocorreu, e o vento levou meus sonhos com os seus que se construíram com os meus. Joguei pela janela aquilo que se chamei de poesia, já que nossa história não passava de uma, pois na realidade não poderia ser mais que isso. Os elementos que se apresentaram outrora não foram suficiente para que lutássemos para viver a eternidade desse suposto amor. 

Eu te sinto mais de perto, como se estivesse aqui, pois leio suas vozes internas e sinto que soam direto da minha mente. E de repente eu te vejo mais aberto, como nos primeiros encontros secretos diante da luz da noite. Ás vezes, eu sinto a tua falta, como as rosas sentem falta da luz.

Me estendo num tapete de quimeras quando se trata de ti, e não mais que isso. Pois, enquanto naveguei em teus sonhos ali me mantive desperta para aproveitar teus lindos sonhares, mas agora, tão longe que estou, me mantenho somente na imaginação. Não me desperto ainda, mas também não me atrevo a dormir mais.

Ainda repito: nunca houve outros braços como os teus; que me abraçaram com tanto jeito, e sem medo de se chegar mais perto. Um dia foste meu, por situação efêmera, e logo te devolveste ao mundo, como sempre foste.