domingo, 8 de março de 2015

E quem nos vê de verdade quando a dor é o antagonista?




Ninguém é capaz de nos definir, se nós mesmos não conseguimos fazer isso sendo que estamos sempre em processo de maturação, através dos complementos das experiências das quais nos submetemos. Quem é capaz de saber quais as somas de superações que temos guardada dentro de nós? De dizer quando não estamos bem de verdade, quando o sorriso se faz espontâneo só para não ser vista a tristeza escondida? De saber qual personalidade está mais carente de amor? De sentir pelos cantos do coração onde está a dor que se aloja e não se mostra? Ninguém! Exceto aquele que carrega a compreensão aliada às verdades, mesmo doídas, que se comprazem na hora dor; que usa seus sentidos e sua emoção como se fosse uma máquina de raios-X da qual fotografa o corpo anímico tal como é.

Os olhos dos transeuntes se focam naquilo que é mais fácil; distraídos pelo tempo que não veem, pelo vento que não sentem. Além disso, a esperança é algo tão distante dos olhos deles, imagina o coração? Tudo na vida tem conserto sim, é só olhar direito, com os olhos da alma, procurar a causa que justifica o efeito. 

Um filho drogado procura suprir sua necessidade através do vício porque os pais não deram atenção e compreensão suficiente, e ainda enfatizam a frase “ele não tem mais jeito” como se a única solução fosse desistir e deixar o problema sem solução; uma filha vê o pai se afogar diariamente no álcool porque perdeu a esposa há anos e, ainda não conseguiu superar, pois é egoísta o suficiente para não pensar que a filha também sofreu, e mesmo assim não se entregou a nenhum vício. E quem está vendo tudo isso? Quem tem a dor não consegue pensar sozinho, somente as lágrimas fazem companhia, quando o orgulho não deixa o coração falar. E se a dor existe é porque algo errado há.

As tragédias acontecem justamente por causa da cegueira humana, que por vezes até ouvem e sentem que há a algo de errado, mas não fazem nada por medo de se envolver. É mais fácil ver de fora do que está envolvido de fato. Mas, por que tanto orgulho e egoísmo? Se o ajudar, o perdoar e o ser perdoado - muitas vezes por a si mesmo - é um alívio que faz todo sentido depois? 

Se as pessoas soubessem...

A terra caminha para um momento de transição. A primeira vista a terra era primitiva, depois houve a transição para provas e expiações – momento atual – onde muitas pessoas sentiram a mudança e que estão mostrando quem são; expurgando o que há lá guardado há tempos e logo, daqui a alguns anos entraremos no mundo de regeneração. E será um mundo mais liberal; o amor estará mais perto da compreensão; as aflições internas serão aprimoradas às necessidades específicas. Estaremos caminhando com a verdade que agora só é vista com olhos incrédulos ou medrosos.

A dor é um sinal de que algo está errado, de que o caminho não é o certo. É um alerta, uma buzina, um lembrete para nos despertar. Por isso, o orgulhoso, o egoísta, o vaidoso e qualquer outro que esteja com os olhos fechados, sentem dor e muitas vezes sofrem. Isso não seria uma razão para investigar o porquê da dor? E quem está ao nosso lado para ver o que estamos fazendo, nesses momentos em que precisamos despertar desse mundo indócil que nos fere e nos joga num quarto escuro, sem que possamos através da luz enxergar a porta de saída para alcançar o remédio que nos cure? Quem nos vê são poucas pessoas, e quando dói demais, o espírito protetor é quem nos socorrem com seu grande amor e nos alivia, nos direcionando aos caminhos certos, nos dando sinais para a paz interior.

E quando a dor vem fazer morada em nós é o momento de refletir para onde estamos indo. E se o lugar que nos encontramos é onde deveríamos estar. Com todos os instrumentos, sentimentos e emoções que adquirimos, e desenvolvemos até agora, e dar valor a quem nos vê.

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