A gente pede para que seja
infinito, mas depende da gente para que seja infinito. Esse sentimento que
anima qualquer ocasião depressiva, e convida para uma ceia de natal que nunca
foi promovida a ser boa. Não sei que tipo de palavra pode definir isso, e eu,
que já escrevi tanto sobre esse sentimento ainda me perco em palavras para
saber quais são as melhores para traduzir tamanha gratidão de sentir isso que
sinto; é algo sublime.
Ele simplesmente apareceu,
desinteressado em meus defeitos, com um sorriso de curiosidade. Acho que foi um
anjo que soprou em seus ouvidos e disse: "dance com ela". E ele foi
capaz de perseguir aquela voz que emanava como uma doce canção desejava, no
final de noite depois de um dia cansativo. Seus olhos não se moviam, o que se
movia eram seus pés, no embalo da dança recíproca. Até então, quando aceitamos
o que temos, achamos que nunca vai passar disso, esperando que fique pior. E
então, lá vem mais uma forma de melhorar.
Noites e dias se passaram e
ele disse: "Não se esquece de mim, não consigo te tirar da cabeça".
Parecia um assopro quente numa noite de inverno. Bastava me sacudir para que o
frio me pegasse, e eu, necessitasse daquele assopro. Como se eu tivesse
acordado de um pesadelo e visse na minha frente uma forma de me desvencilhar de
toda e qualquer força negativa que dizia para eu que nada mais ia mudar. Mas
mudou. Quando ele fez questão de se manifestar. Era como um produto que eu
estava necessitando, e ele, com uma lábia audaciosa, me vendeu seu produto.
E uma trilha sonora de Rock and roll, onde Guns N' Roses, com “Dont
Cry” apertou um botão, que até então, ouvindo essa mesma música nunca havia
sentido tamanha onda que abastecesse tanto a sede de um sufista. Não só, meu
coração, meu corpo e minha alma queria mais do que eu havia sentido antes.
Havia uma imensidão abstrata sobre nós dois. Eu já amei uma vez, tão
fortemente, mas de forma tão madura que nunca havia se afundado tanto em meus
pensamentos, de querer se concentrar e não conseguir. Me perguntei o que de
fato era esse sentimento e qual seu nome. Aquela sensação de insatisfação,
mesmo bebendo da essência dele, não me saciava nunca. Como parar isso? Perguntei-me. Se não é amor, o que é isso então.
Clarisse Lispector disse:
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