Ninguém é capaz de nos definir, se nós mesmos não conseguimos fazer isso sendo que estamos sempre em processo de maturação, através dos complementos das experiências das quais nos submetemos. Quem é capaz de saber quais as somas de
superações que temos guardada dentro de nós? De dizer quando não estamos bem de
verdade, quando o sorriso se faz espontâneo só para não ser vista a tristeza
escondida? De saber qual personalidade está mais carente de amor? De sentir
pelos cantos do coração onde está a dor que se aloja e não se mostra? Ninguém! Exceto aquele que carrega a compreensão aliada às verdades, mesmo doídas, que se comprazem na hora dor; que usa seus sentidos e
sua emoção como se fosse uma máquina de raios-X da qual fotografa o corpo
anímico tal como é.
Os olhos dos transeuntes se focam naquilo que é mais fácil;
distraídos pelo tempo que não veem, pelo vento que não sentem. Além disso, a
esperança é algo tão distante dos olhos deles, imagina o coração? Tudo na vida
tem conserto sim, é só olhar direito, com os olhos da alma, procurar a causa que justifica o efeito.
Um filho drogado procura suprir sua necessidade através
do vício porque os pais não deram atenção e compreensão suficiente, e ainda
enfatizam a frase “ele não tem mais jeito” como se a única solução fosse desistir e deixar o problema sem solução; uma filha vê o pai se afogar
diariamente no álcool porque perdeu a esposa há anos e, ainda não conseguiu
superar, pois é egoísta o suficiente para não pensar que a filha também sofreu,
e mesmo assim não se entregou a nenhum vício. E quem está vendo tudo isso? Quem tem a dor não consegue pensar sozinho, somente as lágrimas fazem companhia, quando o orgulho não deixa o coração falar. E se a dor existe é porque algo errado há.
As tragédias acontecem justamente por causa da cegueira
humana, que por vezes até ouvem e sentem que há a algo de errado, mas não fazem
nada por medo de se envolver. É mais fácil ver de fora do que está
envolvido de fato. Mas, por que tanto orgulho e egoísmo? Se o ajudar, o perdoar
e o ser perdoado - muitas vezes por a si mesmo - é um alívio que faz todo sentido depois?
Se as pessoas soubessem...
A terra caminha para um momento de transição. A primeira
vista a terra era primitiva, depois houve a transição para provas e expiações –
momento atual – onde muitas pessoas sentiram a mudança e que estão mostrando
quem são; expurgando o que há lá guardado há tempos e logo, daqui a alguns anos
entraremos no mundo de regeneração. E será um mundo mais liberal; o amor estará
mais perto da compreensão; as aflições internas serão aprimoradas às
necessidades específicas. Estaremos caminhando com a verdade que agora só é
vista com olhos incrédulos ou medrosos.
A dor é um sinal de que algo está errado, de que o caminho
não é o certo. É um alerta, uma buzina, um lembrete para nos despertar. Por isso,
o orgulhoso, o egoísta, o vaidoso e qualquer outro que esteja com os olhos
fechados, sentem dor e muitas vezes sofrem. Isso não seria uma razão para investigar
o porquê da dor? E quem está ao nosso lado para ver o que estamos fazendo, nesses
momentos em que precisamos despertar desse mundo indócil que nos fere e nos
joga num quarto escuro, sem que possamos através da luz enxergar a porta de
saída para alcançar o remédio que nos cure? Quem nos vê são poucas pessoas, e
quando dói demais, o espírito protetor é quem nos socorrem com seu grande amor e nos alivia, nos
direcionando aos caminhos certos, nos dando sinais para a paz interior.
E quando a dor vem fazer morada em nós é o momento de refletir para onde estamos indo. E se o lugar que nos encontramos é onde deveríamos estar. Com todos os instrumentos, sentimentos e emoções que adquirimos, e desenvolvemos até agora, e dar valor a quem nos vê.