terça-feira, 15 de novembro de 2016

Como ser você com a pressão dessa época tão cheia de opções?



Eu sempre achei que ler os maiores pensadores iria tirar os pontos de interrogações implantados na minha mente, mas puseram mais pontos lá. Não só os grandes pensadores globais, mas os locais também. Me agrada ler algo corajoso e desapegado, isso me deixa feliz. Algo muito robotizado não me deixa muito feliz, por isso é que bebo da fonte dos globais. Enfim, eles sofreram bastante para ser quem eram, expurgaram em suas escritas as suas mais temíveis verdades sobre as consequências de quem queriam ser. E os críticos literários de hoje bebem dessa fonte e ainda acrescentam mais indagações. nada do que já foi dito. São palavras repetidas em modos diferentes de dizer.

E nessa realidade não há muitas pessoas interessadas em beber dessas fontes, e sim sugar das que já bebem. Não querem se esforçar para nada. Hoje a preocupação é o dinheiro. O dinheiro tem seus servos que são as pessoas ocupadas para amar, ocupadas para fazer qualquer tipo de caridade, estão ocupadas com a estética, a futilidade, a materialidade e assim vai. Se se preocupassem mais com suas próprias vidas do que com a estética dos outros progrediriam tão bem e rápido quanto a velocidade da luz. Todavia, não é bem assim. O dinheiro é o pai da contemporaneidade. E se isso não mudou até agora, a tendência é piorar, já que não temos a melhor política no momento, porque estão ocupados em querer saber como é que vão fazer para obter mais dinheiro público, ou aumentar os impostos. Realidade triste, onde os sonhos estão morrendo aos poucos, junto com as pessoas nas filas de hospitais.

Mas voltando aos pensadores, imaginei que ler Kafka fosse me fazer entender de relacionamento, mas não, ele me fez entender que não existe nenhuma manifestação de afetividade da natureza dele, já que era tão fácil, na minha visão, sentar e conversar com o pai dele. Bom, naquele época as pessoas reprimiam o que sentiam, e isso era tão normal como hoje. O mundo funciona de um jeito que ninguém se importa, a não ser os pesquisadores e interessados no assunto.

Já disse há algum tempo que não me importo com roupas de marca, nem ao menos tenho vontade de comprar roupas novas, isso não é relevante para mim. Eu vejo e quero um mundo mais amoroso consigo mesmo. Só ouço reclamações, o tempo todo. As pessoas todos os dias se matam por pouca coisa: colegas de trabalho que passam por cima do outro sem ao menos perguntar se o outro acordou bem; filho querendo que o pai morra para não incomodar com seu uso de drogas e vice-versa; pessoas com muito dinheiro ignorando aqueles que precisam de amparo. Por que é tão difícil dar algo a alguém sem querer nada em troca? Meu Deus! Chego a ter vergonha de diversas situações em que as pessoas só pensam em si próprias. To cansada demais para tanto bla blá blá. Daí, quando me movimento para mudar alguma coisa sou atacada, julgada e aquela frase costumeira "não vai dar certo", ou "ele não tem mais jeito" e outras mais. Não queria mais ouvir isso. 

Eu prefiro morrer tentando!

Eu quero participar sim dessa transição planetária. Einsten não ligava para suas roupas porque tava ocupado desenvolvendo a teoria da relatividade geral. E se ele desprezava as aulas era porque estava a frente do seu tempo, e aquilo parecia algo não acrescentável em sua vida. Já que se tratava somente de uma padronização na Educação. Ele acreditou nele mesmo e foi à luta. Eu acredito no acreditar dele, de irmos em busca daquilo que querermos, e não nos predermos em padrões. Não sou um robô!

Fernando Pessoa acreditava ser mais de uma pessoa, quem sabe memórias de outras vidas davam personalidades tão claras e independentes, e com muita organização. No fim, Bernardo Soares se esclareceu bastante em relação às outras personalidades esperando o seu espaço para mostrar quem era Fernando Pessoa, que era Bernando, em suas declarações melancólicas, com vontade de fugir desse mundo tão banal, sem nada para fazer de verdade. Onde as pessoas são fúteis, e não sabem da valor a si mesmas. Onde não há tanta coragem assim para ser a pessoa diferente que cada um é. Geralmente as pessoas querem ser iguais às outras, por isso essa necessidade de fazer parte de um grupo e não ser julgado; quem sabe até ser protegido. Mas, Pessoa tinha opinião. Só que era entendiado demais.

Eu nunca quis fazer parte de um grupo para ser alguém, porque sempre fui alguém para mim. E nem nunca fui a melhor aluna em nenhuma matéria, mas boa o suficiente para passar de acordo com as regras, porque o que me interessava não era somente o que eu estava aprendendo, e sim o que tinha ao meu redor: as pessoas. Meu coração e minha razão nunca dependeram de ninguém para decidir nada em minha vida. Eu olho as outras pessoas como um complemento para minha existência, assim como eu posso ser para elas. Cada um nasceu com um dom diferente, um Advogado não pode ser um excelente Médico, porque ele é um exímio Advogado. Aqueles que nasceram para ser da área de humanas não nasceram para ser da área de exatas. Eu não acredito que podemos fazer tudo, podemos é ter um conceito sobre as coisas, mas na prática é aquilo que sabemos fazer de verdade. Eu não sou boa nas exatas, tentei ser boa, estudei, me dediquei, mas a vontade não era completa. As pessoas não são felizes pela metade, não existe ser feliz pela metade de jeito nenhum. Só quando nos encontramos naquilo que sabemos fazer é que podemos de fato nos encontrar em nós mesmos, porque daí não será uma obrigação, e sim um prazer, feito sem pressão e sem prazo.