quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Se não é amor, então o que é essa coisa?




A gente pede para que seja infinito, mas depende da gente para que seja infinito. Esse sentimento que anima qualquer ocasião depressiva, e convida para uma ceia de natal que nunca foi promovida a ser boa. Não sei que tipo de palavra pode definir isso, e eu, que já escrevi tanto sobre esse sentimento ainda me perco em palavras para saber quais são as melhores para traduzir tamanha gratidão de sentir isso que sinto; é algo sublime.

Ele simplesmente apareceu, desinteressado em meus defeitos, com um sorriso de curiosidade. Acho que foi um anjo que soprou em seus ouvidos e disse: "dance com ela". E ele foi capaz de perseguir aquela voz que emanava como uma doce canção desejava, no final de noite depois de um dia cansativo. Seus olhos não se moviam, o que se movia eram seus pés, no embalo da dança recíproca. Até então, quando aceitamos o que temos, achamos que nunca vai passar disso, esperando que fique pior. E então, lá vem mais uma forma de melhorar.

Noites e dias se passaram e ele disse: "Não se esquece de mim, não consigo te tirar da cabeça". Parecia um assopro quente numa noite de inverno. Bastava me sacudir para que o frio me pegasse, e eu, necessitasse daquele assopro. Como se eu tivesse acordado de um pesadelo e visse na minha frente uma forma de me desvencilhar de toda e qualquer força negativa que dizia para eu que nada mais ia mudar. Mas mudou. Quando ele fez questão de se manifestar. Era como um produto que eu estava necessitando, e ele, com uma lábia audaciosa, me vendeu seu produto.

E uma trilha sonora de Rock and roll, onde Guns N' Roses, com “Dont Cry” apertou um botão, que até então, ouvindo essa mesma música nunca havia sentido tamanha onda que abastecesse tanto a sede de um sufista. Não só, meu coração, meu corpo e minha alma queria mais do que eu havia sentido antes. Havia uma imensidão abstrata sobre nós dois. Eu já amei uma vez, tão fortemente, mas de forma tão madura que nunca havia se afundado tanto em meus pensamentos, de querer se concentrar e não conseguir. Me perguntei o que de fato era esse sentimento e qual seu nome. Aquela sensação de insatisfação, mesmo bebendo da essência dele, não me saciava nunca. Como parar isso? Perguntei-me. Se não é amor, o que é isso então.



Clarisse Lispector disse:














segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Empatia: à ti


Não há conhecimento de si mesmo se não se permitir ficar só.

Eu queria dobrar tuas dores e jogar fora tuas angústias, minha querida. Queria de alguma forma emprestar a minha resistência em relação às dores do mundo que estão instaladas em ti, como se fosse um programa malicioso de computador que se instala sem pedir tua licença. Queria encher teu coração de conforto, pois não suporto te ver sofrer assim, sem sentir a leve brisa do amanhecer harmônico se lançar em suas pálpebras e seus lábios calados. Não suporto ver a lágrima que não quer sair dos teus olhos, por insistência tua, para não ter que me mostrar a tua fragilidade. Mas, o que eu não sei de ti, se to mais dentro da vida do que tu mesma sabes? Esconder é um ato em vão.
 
Querida, não suporto te ver reprimindo essa fúria que para mim se tornou tão nítida quanto o sol é para os que tem olhos de ver, só pra não me preocupar. Eu queria ouvir da tua boca que tu estás feliz. Queria tanto ver essas lágrimas caírem de felicidade, ou mesmo de sofrimento, mas as coloque para fora! E dizer que a alegria reina no teu caminho, pois o choro antecede a alegria e faz a gentileza de lavar a alma. 

Eu sei da tua dor, porque eu a sinto como se fosse minha. É uma dor emocional, dá taquicardia, e gera uma agonia sem fim e eu, quando me englobo nas tuas tempestades internas, entendo perfeitamente o que sentes. E te digo que, ao te analisar, que um pouco disso é orgulho; e um medo de ficar sozinha. Não deixe isso te dominar!

A vida nos dá as provações que merecemos; ouça bem: que merecemos! E sei das provações, por isso não podemos falhar tantas vezes da mesma forma querida, o orgulho só nos traz sofrimentos desnecessários. Perdoar é uma forma de entender isso, pois temos a tendência de aumentar um grão de areia para o tamanho de um elefante. Podemos? Claro que podemos, e fazemos isso o tempo todo. Uma simples conversa suaviza qualquer mal entendido, que por vezes, as pessoas insistem em querer adivinhar ao invés de simplesmente perguntar.
 
Não podemos ir além assim sem tentar entender o que há. Queria de verdade colher tuas angústias e jogar no primeiro rio. Queria sentir teu coração flutuar. Mas minha querida, das tuas dores quem sabe da história toda é você. Eu nunca poderei saber integralmente; posso compreender, mas não saber o teu total sofrimento e as peças do quebra-cabeça que tu montaste.
 
Tu és forte quando finges que estás bem e quando trancas as portas do teu coração enganando o sofrimento. Porém, desista da porta larga, volte à porta estreita. Reflita sobre a tua vida e veja qual o lado mais pesado, o independente ou o dependente? Permita-se ficar só, pois não há conhecimento de si mesmo se não se permitir ficar só.

Com amor, eu.

sábado, 20 de junho de 2015

Em seus braços



Há muito tempo eu não havia conhecido outros braços como os teus, tampouco sentido a tua força ao me livrar de qualquer contratempo para me arremessar no teu peito e me proteger nele. As minhas veias navegam lentamente quando o calor das tuas palavras e o aconchego do teu encanto investem em mim. Me envolvem com enlaço, ah, esses enlaços que me domam e me aprisionam.

Fiquei tão perdida nas tuas tentativas de fugir, que nem me emocionei quando isso ocorreu, e o vento levou meus sonhos com os seus que se construíram com os meus. Joguei pela janela aquilo que se chamei de poesia, já que nossa história não passava de uma, pois na realidade não poderia ser mais que isso. Os elementos que se apresentaram outrora não foram suficiente para que lutássemos para viver a eternidade desse suposto amor. 

Eu te sinto mais de perto, como se estivesse aqui, pois leio suas vozes internas e sinto que soam direto da minha mente. E de repente eu te vejo mais aberto, como nos primeiros encontros secretos diante da luz da noite. Ás vezes, eu sinto a tua falta, como as rosas sentem falta da luz.

Me estendo num tapete de quimeras quando se trata de ti, e não mais que isso. Pois, enquanto naveguei em teus sonhos ali me mantive desperta para aproveitar teus lindos sonhares, mas agora, tão longe que estou, me mantenho somente na imaginação. Não me desperto ainda, mas também não me atrevo a dormir mais.

Ainda repito: nunca houve outros braços como os teus; que me abraçaram com tanto jeito, e sem medo de se chegar mais perto. Um dia foste meu, por situação efêmera, e logo te devolveste ao mundo, como sempre foste.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um sonho que tive





Eu estava na frente de um shopping, ao lado de um sobrado. Meus olhos se distraíram na entrada, vendo as pessoas entrando e saindo do shopping. Foi quando vi uma figura que muito que agradou os meus sentidos, antes dos meu olhos. E eu mal acreditava que era quem eu pensava ser. Seus passos eram apressados e eu tive que pensar antes que ele sumisse de vez na multidão.

-   Pssssssssiu, eiê!!! - Eu o chamei sem saber o que estava fazendo ao certo.

Ele olhou e eu pude ver sua barba por fazer, marcando seu rosto de homem, foi aí que tive certeza de quem era ele. Sua expressão estava distraída, até o momento em que seus olhos se encontraram com os meus, e ele mudou sua fisionomia, para algo mais agradável. Muito surpreso e suave ao mesmo tempo, o cenho franzido para saber logo de mim.

O chamei para entrar no sobrado então, e eu sentia que o lugar me era familiar e não recordo muito bem. Meu coração havia acelerado com sua presença. Eu nunca o imaginei tão perto, tanto que foi o meu estranhamento ao vê-lo tão apressado passando por mim, e graças a Deus pude reconhecê-lo. Era ele mesmo!!!

Falei alguma coisas, e ele disse outras. Mas também, ressaltou alguma incerteza, como se não tivesse mais certeza de mim. Como se tivesse perdido as esperanças para comigo em qualquer lugar do infinito, onde eu, sem saber, fiz seu coração doer ao longe de tudo. Em que parte eu não acompanhei seus olhos grandes quando eles sofreram? Não lembro.

Olhei em seus olhos e imprimi da forma mais espontânea possível o que eu ainda sentia por ele. Mesmo nunca o ter tocado antes. Nos olhamos por alguns minutos. Seu rosto trazia um cansaço forte da rotina; uma mistura de "to cansado de dar crédito para quem não merece" e eu, logo compreendi que aquilo tudo merecia atenção. Encostei em seu ombro o confortando que eu o compreendia e que estava ali. Por sorte talvez. Porém, havia uma inquietação da parte dele como se eu soubesse o que era.

- Decida o que você quer. - Ele exclamou docemente, com ar de melancolia.
- Calma, vem cá. - Eu o chamei para mais perto de mim.

Ele foi ameaçando ir embora, depois de ter me abraçado fortemente, como se matasse uma saudade que não tinha sequer conhecimento da sua intensidade, até ser tocada. Seus olhos se misturaram no taciturno e eu, de todos as formas, quis colocá-lo em meus braços e o proteger do mundo que o sugava tanto, porque ele estava defensiva. Talvez não só por mim, mas pelo mundo lá fora.

-Vem cá. - Pedi mais uma vez, o cativando com minhas energia para convencê-lo que eu não o faria mal. - Vem.

Ele se aproximou de mim, mais uma vez, e dessa vez, sem pedir permissão veio em direção à minha boca. Olhou-a com sede e vontade, como se não houvesse outra saída para adquirir qualquer resposta que fugisse do seu coração, ou que eu não pudesse dar com apenas palavras naquele momento.

Foi então que, com seus lábios quase colados aos meus, ele deixou sair uma onomatopeia correspondente ao som de uma vontade já muito tempo cultivada, fechou os olhos numa faixa horizontal para que pudesse ainda me ver. Então ele disse:

- Você quer?

- Eu quero muito mais que isso.

Seus lábios continuaram sérios de encontro aos meus. Senti o corpo dele rígido se encostar em mim e seus lábios encontrar os meus; sua boca sabia mexer no tempo certo e eu correspondia perfeitamente as trocas de lado e o manejo com o corpo para se completar num só ato. Achei que estava levitando, eu não queria que acabasse. Pelo visto nem ele.
Senti sua vivacidade em me corresponder, e nessas trocas de beijos intensos eu me sentia nas nuvens, aquele momento foi uma poesia. A poesia que enfim esperamos escrever juntos.

Não sei quanto tempo durou, mas fomos interrompidos. Alguém de longe chamava meu nome. Eu o olhei como se pedisse licença com os lábios, e afastando-os dos meus, eu disse:

- Me espera aqui, eu quero muito.

A outra pessoa insistia em me chamar, querendo saber de mim. Perguntou a todos onde eu estava, se alguém tinha me visto recentemente, pois eu soube pela boca dos outros a pressa em se comunicar comigo. Pedi licença a ele com pressa, querendo voltar logo, e fui ver o que o outro queria. Chegando lá ele só queria avisar que estava saindo. Eu disse tchau e disse até.

Voltei ao local que possivelmente o encontraria, mas foi tarde, muito tarde, eu achei que não havia demorado nenhum segundo a mais do que o normal. Ele já havia partido para minha tristeza, e tão depressa quanto chegou.


Meu coração sentiu saudade, ele queria sentir mais. Foi então que eu senti a atmosfera mudar, e eu acordei. 

Era um sonho, ou um desdobramento no mundo espiritual?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Quando desejei desencarnar





De onde veio àquela voz? Eu não sabia; não tinha medo, nem sequer queria saber sua natureza. Eu só escutava e mais nada. Influência má gera escolha equivocada e eu sei bem disso. Sabe como? Vou contar.

Nada parecia bom. Eu estava num vazio. Mesmo sabendo que um vazio não é vazio, é preenchido por um tipo de vazio, semelhante a outros. Eu não via alegria em meus dias, eu não conseguia sorrir. O estresse tomou conta de mim. Quis sumir do mundo e pela primeira vez eu quis morrer.

- Te mata que é mais fácil! – A voz adentrou minha mente então.

Eu compreendia que o espírito em evolução só tende a melhorar se souber sentir a dor, sem sofrer mais do que o normal, que a vida é um processo. Sabia mais, que após o desencarne eu iria continuar vivendo, ir para meu umbral. Mas para desejar isso, seria eu a minha própria obsessora? Já pensei tantas vezes isso. Até que me veio à mente que seria um acúmulo de coisas mal resolvidas, um acervo de muita ação feita do jeito errado, o que só atrairia espíritos com a mesma vibração. A lei de causa e efeito não é falha, o que falha sou eu, um ser humano errante. Teria que me perdoar setenta vezes sete.

Então, havia um tempo que eu queria e desejava desencarnar, na hora eu não pensava no que ia ver depois do meu desencarne. Cheguei a escrever uma carta de despedida, toda elaborada, cheia de floração pelas paredes das palavras, para que as pessoas soubessem que eu era feliz. Que aquela garota cheia de vida, conselheira de muitos e sempre sorridente queria deixar esse registro, escondendo de verdade a dor  real que tinha dentro dela, e que ela não deixava isso ser transparente. Eu sempre fui um enigma.

Mas não percebia que, ao planejar algo sem saber como executar, estava registrando toda aquela mágoa, angústia e desânimo em meu perispito, e que mais tarde isso me seria cobrado. Quando uma pessoa esta agindo da mesma forma que pensa é mais difícil fazê-la mudar de ideia, já que o erro vai ser cometido com vontade. Agredindo a mim mesma sem perceber e deixando certas sequelas. E por que é tão fácil viver sob a influência negativa? Porque o “país” não motiva? Por que os brasileiros são materialistas e imediatistas e não entendem que esse país é a pátria do evangelho? Por que as pessoas que aqui moram não conseguem  alfabetizar seu próprio espírito? Isso dói, pior que um cego que não vê.

Então vem o desânimo, cheia de desventura segundo o meu humor. Eu queria me jogar em qualquer canto e ficar lá. Poderia ficar olhando a parede por horas, só para não ter que pensar em nada. Eu cheguei ao cansaço físico extremo, desenvolvi dores musculares que eu nunca tive antes; sem contar as tonturas, pressão sempre baixa, enjoos e falta de apetite. Pensei eu que estava com alguma doença, já que tinha sonhado que eu estava com câncer, vendo meu próprio corpo doente, magro e pálido, meu rosto esbranquiçado e foi então que eu decidi que morreria de câncer.

- Você está morrendo.

Aquela voz parecia que tinha prazer em me ver desfalecer. Emagreci. Jurando que o efeito da doença estava começando. E quando penteava meus cabelos eu via cabelos caírem mais do que o normal. Eu comecei a puxar meus cabelos para ter certeza que eles não sairiam do lugar. Testava a situação, me imaginava sem cabelo, usando lenço, toda feliz sabendo que ia morrer. Não sei como consegui fazer isso. E contei a um amigo, a única coisa que ele disse, foi: “força mulher!”. E mesmo assim aquilo não me tocou o coração, eu só falei normalmente sobre a minha vontade de desencarnar.

O tempo foi passando. A faculdade me desanimava. Meu trabalho me estressava. Em casa eu tinha a minha paz no meu canto, sozinha. Sentia-me mal. Eu estava me jogando à morte do corpo, pois acreditava que meu espírito estaria livre. Mas para onde ele iria?  Que eu saiba não se pode interferir na vida já que Deus é bom e justo, e nos dá a oportunidade de reencarnar para corrigir atos errantes de outra vida. Eu estava à beira do suicídio. Como contar essa vontade à minha família? Eles de fato me chamariam de louca porque eles só conhecem meu lado forte, aquele que eu mostro com frequência. Mil coisas passaram em minha cabeça. E comentei com outro amigo, que ficou aterrorizado e não quis mais falar no assunto, disse que era princípio de depressão. E eu falei que não sabia o que era depressão, rejeitava essa hipótese. Mas, agora faço terapia porque decidi que necessito de ajuda para me entender de vez.

Sei que há influências espirituais, sei que somos mais influenciados do que imaginamos. E percebi que eu estava sendo. Essa vontade louca de voltar ao mundo espiritual não era desejo meu. Eu que sempre fui cheia de vontade de viver, sempre falando para quem quisesse escutar que a vida tem propósitos, que as coisas só fazem sentido quando conseguimos manter a mente bem aberta para os acontecimentos da vida. E que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, já dizia Fernando Pessoa.

Foi então que eu ouvi:

- Lembre-se do amor de Deus, você não estaria aqui se não fosse por alguma razão e nem sem a vontade Dele. E não esqueça dos ensinamentos que você já tem, isso já lhe serve.

E percebi que era somente uma dor fantasma. Não era eu que queria desencarnar. Descobri que sou empata ou sensitiva, que sou capaz de sentir o que outra pessoa sente, não preciso nem olhar. Descobri que posso sentir os encarnados e os desencarnados em seus menores ou maiores grãos de emoções; descobri que também posso bloquear isso, mesmo que me doa não poder ajudar, porque não posso abraçar o mundo. Cheguei à conclusão que havia um espírito perto de mim me fazendo acreditar que eu tinha que morrer. Mas não, eu despertei, chorei muito e pedi perdão a Deus por ter entrado na sintonia desse espírito sofredor e pedi também ajuda pra ele. Depois, essa vontade passou e eu não desejo mais desencarnar.

domingo, 5 de abril de 2015

Sentimentos não precisam de provas





Já me veio à mente o porquê eu não consigo escrever ou me expressar em sentido denotativo quando se trata de mim. As respostas parecem àqueles tipos de sinais, como: olhe dentro de você; sinta o processo que é sua vida; seja capaz de demonstrar o que sente... E tudo volta ao sentido conotativo.  Eu consigo fazer isso dentro de mim, na minha mente, mas na hora de declarar tudo isso eu só consigo expressar no gênero poesias, por metáforas, o que sai de mim. Se isso pode me prejudicar? Talvez, mas eu não deixo, pois isso não interfere na Universidade, já que lá o intelectual é um assunto que não dá ênfase aos meus sentimentos. Então eu penso, sentimentos precisam de provas? Se é eu que estou sentindo, porque devo dar satisfação a alguém do que está em um lugar que ninguém tem acesso, a não ser eu? É obvio que isso tem uma razão, visto que outras pessoas são melhores nisso do que eu, deve por isso que elas também existem.

Quantas vezes você já tentou dizer o que sentia mais não conseguiu? Não era medo de dizer, talvez não fosse hora, ou melhor, sem uma organização coerente das palavras, sintaticamente, ninguém entenderia. Tento de várias formas me expressar, mas há uma porção de muros ainda instalados no quintal da minha residência espiritual. Se eu tivesse como manter isso a fio, mas não mando no que sinto, ele simplesmente é reflexo daquilo que já está acontecendo. Isso porque quando tiro tempo para fazer estudo de caso de mim, algumas portas ainda estão fechadas, e logo entendo que não é o momento, por isso não insisto. Não porque não posso saber, mas porque não tenho entendimento o suficiente para processar tais informações que ainda não vou ser capaz de compreender.

Um amigo disse que sou enigmática. Isso me faz pensar que, se sou assim mesmo, deve ser por isso que ninguém conseguiu me ler de verdade. Pois tudo é possível sair de mim.

Chove nesse instante em minha cidade, um fenômeno, eu que queria estar chovendo no lugar da chuva, mas acho que essa parte resfriou-se tanto que chegou a congelar. O que é a vida senão uma série de acontecimentos não explanados? É como se ninguém prestasse a real atenção à câmera lenta dos nossos sentidos sendo expressados enquanto cada movimento é realizado. Bem interessante se pudéssemos nos ver em câmera lenta às 24h do dia. Quem sabe as pessoas errariam menos, e pudessem enxergar as falhas por si mesmas.

Sinto agora o gosto do café que se esconde na minha xícara bordô. Escuto a música instrumental que se coloca a adormecer os meus ouvidos. Sinto minha alma molhada por dentro, talvez transbordando nesse momento, por eu não conseguir enxergar a saída. Talvez ainda não seja a hora. O cheiro do sol se levanta perto do meu campo olfativo e eu sua luz chegar um pouco mais perto.

Ocupo-me em terminar minha resenha crítica da disciplina Morfologia, em partes; ora escrevo aqui e ora volto ao meu trabalho, se trata de um afixo da língua portuguesa que tenho que explicar como funciona: o sufixo –ista e, criar contra argumentos para validar meus argumentos anteriores, nos primeiros parágrafos. É divertida a gramática nesse quesito.

O piano toca de fundo através do blog que estou prestes a colocar este texto, seria mais um? Talvez, e quem sabe só vai ter significado depois que eu ler de novo. Quem sabe me ajude a entender porque estou com enxaqueca, pois o café me ajuda a refletir e não me dá freios nos dedos pra eu parar de escrever, ele alimenta meu cognitivo.

 A chuva engrossa cada vez mais, é lindo! Muito lindo! Se eu pudesse sairia agora e tomaria um banho, mas estou com a imunidade baixa, sem ao menos ter a oportunidade de chegar à porta, pois os espirros entrem em fila indiana para enfim se libertarem. Bom, minha enxaqueca deve ser disso. Depois passa enquanto me mantenho escrevendo.
Quem sabe amanhã tudo volte a ser como era antes, e eu acorde uma garotinha cheia de sonhos, sem a responsabilidade da vida adulta, com os mesmos desejos: ser mãe ou professora. Esses eram meus sonhos quando menina. Eu vivia escrevendo em meu quadro negro, meu pai trazia giz colorido, e eu dava aula aos meus primos mais novos, ensinava a eles o alfabeto e os números. Nem imaginava que isso iria repercutir em minha história. A vontade era tanta de me desenvolver na escrita, que nunca gostei de brincar de boneca, a minha maior alegria era ganhar cadernos e canetas coloridas. Mas, se ganhasse uma boneca, eu sorria e logo a deixava de enfeite na minha cama. Bons tempos.

A saudade vem pelas ruelas dos sonhos antigos, quando trazidos à tona, se tornam tão vivos quanto naqueles momentos originais sentidos. Porém, com elementos de maturidade já bem desenvolvido. Tudo na vida passa. Aprendi isso.

Mas e meus medos? Dizem que quem tem medo é quem não tem muita fé. Eu discordo! Tenho muito fé, só que a minha fé é raciocinada, pra mim não existe só ter fé sem a razão. A razão faz tanto parte da minha vida quanto a fé. Não sei viver sem os dois. Só que além de tudo isso eu sou realista. Deus me deu um dom, e não costumo mostra a ninguém, não acho correto. Uso para tentar decifrar tudo o que acontece comigo, ao meu redor ou com as pessoas que estão perto de mim. Um dom de Deus não é questão de prêmio e sim de provação. Como se Ele estivesse dizendo: “Vamos ver o que você pode fazer com o dom que eu lhe confio”, é maios ou menos por aí.

E o mundo espiritual? Ah, com certeza acredito muito. Desde de menina eu sempre tive muito contato com o divino, Deus sempre me mostrou que eu poderia sentir mais, saber mais, à medida que procurasse respostas. Tenho uma sensibilidade anormal, para os olhos de muitas pessoas, mas com certa dificuldade de falar disso, já que o ceticismo e o imediatismo fazem parte do pensamento da grande maioria das pessoas deste mundo atual. Então, não perco tanto tempo explicando o que sinto, e sim investigando onde estão as respostas que necessito. Isso vai desde a fé à razão. Só digo para quem interessa, como forma de aprendizado.

Eu viajo muito em minhas indagações. À medida que vou lendo e estudando, acabo vendo pontos que parece coisa da minha cabeça, porque ninguém mais vê. Vejo o lado sensível, o lado da alma, o lado que, quem tem uma vida muito mecanizada não veria. Não basta ler tudo o que as pessoas escrevem; desde um simples blogueiro até um escritor canônico. Tudo tem que ser questionado.

Agora chove fino e com o sol instalado pelos cantos do dia. O piano ainda toca, o café já está fazendo efeito, são 16h15h de uma tarde agradável, outonal, de abril. E eu, ainda insisto em dizer que, sentimentos não precisam de provas, já que ser serve para sentir por dentro e não por fora.


Mais uma xícara de café, sumiu minha enxaqueca, era só mais um expurgo necessitando sair. De volta ao trabalho de gramática!

domingo, 8 de março de 2015

E quem nos vê de verdade quando a dor é o antagonista?




Ninguém é capaz de nos definir, se nós mesmos não conseguimos fazer isso sendo que estamos sempre em processo de maturação, através dos complementos das experiências das quais nos submetemos. Quem é capaz de saber quais as somas de superações que temos guardada dentro de nós? De dizer quando não estamos bem de verdade, quando o sorriso se faz espontâneo só para não ser vista a tristeza escondida? De saber qual personalidade está mais carente de amor? De sentir pelos cantos do coração onde está a dor que se aloja e não se mostra? Ninguém! Exceto aquele que carrega a compreensão aliada às verdades, mesmo doídas, que se comprazem na hora dor; que usa seus sentidos e sua emoção como se fosse uma máquina de raios-X da qual fotografa o corpo anímico tal como é.

Os olhos dos transeuntes se focam naquilo que é mais fácil; distraídos pelo tempo que não veem, pelo vento que não sentem. Além disso, a esperança é algo tão distante dos olhos deles, imagina o coração? Tudo na vida tem conserto sim, é só olhar direito, com os olhos da alma, procurar a causa que justifica o efeito. 

Um filho drogado procura suprir sua necessidade através do vício porque os pais não deram atenção e compreensão suficiente, e ainda enfatizam a frase “ele não tem mais jeito” como se a única solução fosse desistir e deixar o problema sem solução; uma filha vê o pai se afogar diariamente no álcool porque perdeu a esposa há anos e, ainda não conseguiu superar, pois é egoísta o suficiente para não pensar que a filha também sofreu, e mesmo assim não se entregou a nenhum vício. E quem está vendo tudo isso? Quem tem a dor não consegue pensar sozinho, somente as lágrimas fazem companhia, quando o orgulho não deixa o coração falar. E se a dor existe é porque algo errado há.

As tragédias acontecem justamente por causa da cegueira humana, que por vezes até ouvem e sentem que há a algo de errado, mas não fazem nada por medo de se envolver. É mais fácil ver de fora do que está envolvido de fato. Mas, por que tanto orgulho e egoísmo? Se o ajudar, o perdoar e o ser perdoado - muitas vezes por a si mesmo - é um alívio que faz todo sentido depois? 

Se as pessoas soubessem...

A terra caminha para um momento de transição. A primeira vista a terra era primitiva, depois houve a transição para provas e expiações – momento atual – onde muitas pessoas sentiram a mudança e que estão mostrando quem são; expurgando o que há lá guardado há tempos e logo, daqui a alguns anos entraremos no mundo de regeneração. E será um mundo mais liberal; o amor estará mais perto da compreensão; as aflições internas serão aprimoradas às necessidades específicas. Estaremos caminhando com a verdade que agora só é vista com olhos incrédulos ou medrosos.

A dor é um sinal de que algo está errado, de que o caminho não é o certo. É um alerta, uma buzina, um lembrete para nos despertar. Por isso, o orgulhoso, o egoísta, o vaidoso e qualquer outro que esteja com os olhos fechados, sentem dor e muitas vezes sofrem. Isso não seria uma razão para investigar o porquê da dor? E quem está ao nosso lado para ver o que estamos fazendo, nesses momentos em que precisamos despertar desse mundo indócil que nos fere e nos joga num quarto escuro, sem que possamos através da luz enxergar a porta de saída para alcançar o remédio que nos cure? Quem nos vê são poucas pessoas, e quando dói demais, o espírito protetor é quem nos socorrem com seu grande amor e nos alivia, nos direcionando aos caminhos certos, nos dando sinais para a paz interior.

E quando a dor vem fazer morada em nós é o momento de refletir para onde estamos indo. E se o lugar que nos encontramos é onde deveríamos estar. Com todos os instrumentos, sentimentos e emoções que adquirimos, e desenvolvemos até agora, e dar valor a quem nos vê.

sábado, 7 de março de 2015

Um pensamento aí



Então eu penso... Eu não pude deixar de navegar naquela onda de amor que se exprimia para me ver de perto, em navegações seguras que só eu sabia. Aquela atmosfera me fazia crer em uma luz da qual eu deixara de sentir há tempos, nesses tempos difíceis, quando me fechava em meus trilhos. Nada posso afirmar porque me falta conhecimento suficiente para isso, mas meu interior sabe bem mais do que eu mesma me sei de mim.

Já refleti tantas vezes. Já conversei com meus eus. Às vezes, minha alma traduz o que sinto, quando as palavras completam e dão significado. E as minhas personalidades se complementam com informações novas, para evoluírem nas suas formas. E eu, fico vagando, com os olhos presos na realidade que, por vezes, não me enxerga, e eu também não a vejo, visto que só mais tarde, nas vezes em que as lágrimas naturalmente devem sair e não saem, eu compreendo.

Esse ar me traz maduras essências que meu ser precisa. Já não sei pensar sem isso dentro de mim. É uma peça do meu quebra cabeça que eu necessitava demais. São momento assim assim, que nem a dor física mais pesada, consegue me dominar, porque eu tenho não só um complemento forte, mas um alicerce potente que me carrega ao invisível sem que eu perceba que o mundo lá fora está nublado. 

Então, percebo que, se eu não me deixar render àquela onda de amor, eu estarei na mesma situação que uma cega, correndo sem saber onde chegar. Me arrisco em querer essa essência por perto. Me arrisco em querer somente isso. Não mais que isso. Eu só quero o que me faz bem, por ora é isso. É 23h59. E daqui a um minuto já estarei em transição. 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Não há mal que dure




Quando tudo parece estar caindo você acha que a sua fé não é suficiente. As turbulências não vêm por acaso, pois aprendi que o acaso não existe. E tudo é necessário para nos fortalecer. Vivemos de acordo com nossas limitações, e tudo para nosso aperfeiçoamento. A porta estreita está aberta a todos, mesmo diante de terríveis tempestades, mas por ela o caminho é mais repleto de flores, é só saber vê-las. Todavia, há provas que nos levam a obter experiências, das quais às vezes não reconhecemos. Do que adianta ficar no silêncio sem a calmaria, se nos momentos de perfuração do mal, que bate de frente com nossa consciência, é que somos capazes de conhecer a capacidade que temos dentro nós?

E quando estamos vibrando para que tudo dê certo, começa a acontecer de tudo: as pessoas que mais gostamos não nos ouvem e pensam diferente daquilo que queremos passar; o tempo parece não colaborar, faça chuva ou faça sol; o colega de trabalho resolveu dizer a todos que você fez isso e aquilo que ele não gostou para outras pessoas, sem recorrer a você; o homem ou mulher que você ama está perto e você não pode ficar com ele porque você sabe que tem muitos obstáculos entre ambos, mas ele não se controla e não respeita o tempo. Enfim, tudo voa contra o vento. Parece o apocalipse.

Momentos assim é que somos testados, buscamos mais profundamente aquilo que talvez não tínhamos percebido antes, e vemos com mais clareza o que os outros não conseguiram ver. Além disso, as influências espirituais ajudam nas manifestações desses acontecimentos, já que os pensamentos não estão elevados ao Altíssimo com o coração. Visto que a clareza do amor de Cristo passa despercebida por todos que ajudam a desarmonizar aquele que está seguindo Jesus.

Mas então, o que fazer nesses momentos de incompreensão alheia? Pois parece que, à medida que oramos e pedimos socorro ao Alto, mais a dor se move e parece ferir cada vez mais. Ainda, temos que saber que, só orar não basta, temos que resistir às tendências más que já temos dentro de nós, porque já temos registro no perispírito tudo o que já fomos nas outras vidas, o que não podemos recordar pelo véu do esquecimento. Paciência e resignação, pois não sabemos o que nos foi confiado antes de reencarnar.

Somos errantes e passageiros em todas as vidas que o Pai nos deixou viver para nos aperfeiçoar. Claro que vai doer muitas vezes. Aqueles que não sabem sofrer não serão tão consolado quanto aqueles que sabem sofrer, porque quanto mais somos humildes e simples mais elevados seremos. O amor de Deus penetra naquele que o chama com o amor e quietude. É aquele que ajuda, paulatinamente, e age nos indivíduos que são pacientes a receberam sua benção. Se todos pensarmos que erramos e precisamos reaprender, e consertar aquilo que quebramos outrora, será mais fácil e menos árduo chegar ao fim.

Imaginemos aqueles que passam por renúncias dolorosas em uma reencarnação, visto que em outras não souberam seguir no bem, e nem aproveitar de forma correta aquilo que foi confiado. Todos temos nossas chances de pagar aqueles que devemos, e receber daqueles que nos deviam, por isso estamos nos núcleos certos: família, amigos, colegas, conhecidos e outros. Deus nos confia essas pessoas, animais e plantas para agregar à nossa jornada evolutiva.  Temos nossa família espiritual que é a duradoura, confiemos e seguimos no amor de Jesus. Se não, confie em sua intuição e seu coração. 

Logo, quando a tristeza machucar o teu coração ore e confie no Senhor, pois estamos no lugar certo e as desavenças aparecerem, não grite ou aja com raiva, sinta Deus e a inspiração dos benfeitores para agir no certo, e pense que, quanto mais a antipatia, maior o resgate e não podemos perder de ajudar nessa vida, já que retornará cedo ou tarde. Sigamos com fé, porque essa vida não é a única, por isso não há mal que dure.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

E-l-e



E quando o vento passa desassossegado eu me lembro de querer lembrar o que há muito tempo já foi esquecido. Há milhares de gavetas em meu ser, das quais estão fadadas a ficarem em silêncio até eu conseguir as chaves certas para abrir porta por porta. 

Mas, me pergunto: De onde é que conheço ele? Esse movimento assola minha honesta paixão que tenho por essa criatura que emana energia conflitante e atraente, quando sinto estarmos em pensamentos afins. O que fomos em outra vida que não consigo compreender porque cargas d'água essa cola é permanente? Eu poderia vê-lo sentado, em qualquer cadeira, me olhando com muita atenção e seriedade, com vontade de me pintar e decorar meu rosto numa tela qualquer; ou descrever as minhas características num poema distinto daqueles que, de forma costumeira, já houvera escrito antes.

Rabisco tudo o que vem à mente: rosto, sentimento, palavras, qualquer coisa. E sabe aquele momento em que você tem certeza da mais absoluta que ele é uma chave para aquela porta que há tempos você está querendo abrir? Está um tanto confuso agora. Porém, ele é a peça do meu quebra-cabeça da qual se faltar deixa um vazio, um desfalque grande.

Nesse mundo de falta de fé, raiva, desonestidade, ambição e orgulho, ninguém reconhece mais ninguém, visto que essas emoções bloqueiam tudo quanto é tipo de sentimento bom, principalmente o de  amor genuíno, e isso faz com a pessoa não sinta nada. Como uma grande pessoa passar por ela e nem o coração maior que vive dentro do grande órgão humano, o coração, ele sente. Pois há uma teia forte, daquela feita de náilon, que se chegar perto machuca. Se é triste? Sim, claro que é. Sorte daqueles que se reconhecem nessa vida, porque na próxima as consequências serão ainda mais árduas.

Penso que se Beethoven assistisse a nós dois, comporia uma sinfonia do tipo: aventura do amor quimérico. E soaria num recinto, em que rostos jovens e apaixonados não saberiam traduzir a melodia de um encontro impossível. E ainda me pergunto: Quem é ele?




terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Se eu partir antes de ti


E se eu partir antes de ti, guarde as lembranças que tem de mim naquela gaveta que te falei e não esqueça que fui um fragmento adicionado em sua vida por Deus. Em  que também, só apareci em teus dias porque tu permitiras eu chegar mais perto.

Não pense que as partidas são eternas, voltamos sempre, mas com outras vestimentas. Quando eu retornar ao mundo espiritual estarei lá, estudando e trabalhando, só que não mais com os mesmo objetivo aqui da terra. Lá o mundo é real, aqui é só um pedaço imperfeito que fora criado para que passássemos por essas provas para nos aperfeiçoar e seguir para lá.

Uma vez eu estive lá, havia flores, muitas flores. Me encantei quando vi aquele mar lindo, de uma cor que não sei te explicar, pois aqui na terra não existe tamanha perfeição. Os pássaros eram tão magníficos, que se eu te falar que pareciam quadros pintados tu não acreditarias, porque sabes que eu amo pássaros. E o ar me deixava levitar e então eu volitava. Sorria porque me sentia feliz. Não tinha mais ninguém da terra lado ao meu lado, somente meus amigos espirituais.

Se assim será eu não sei, tenho que merecer um lugar como aquele. Tenho que estudar, sempre estar disposta a fazer a minha reforma íntima e não esquecer jamais de praticar a caridade; pode ser por pensamento a alguém, com um gesto ou uma palavra, e também algum material que alguém necessite e está ao meu alcance para dar. Se eu fizer isso direitinho e esquecer o mal desse planeta, e contribuir para a melhoria dele então serei merecedora daquele lugar.

Porém, se eu partir antes de você, não esqueça que te amei docemente, cuidando sempre para não dizer palavras bruscas, gestos, que o fizesse interpretar pelo lado errado: o ruim. Mantenha o pensamento positivo. E assim, se eu estiver com me estado espiritual bom e adequado, volto para ti através dos sonhos, te inspirando no bem.

Se eu partir não esqueça que meu sorriso era de Deus. Quando sentires saudade de mim, pense que nosso Pai Celeste está me cuidando com muito amor e que jamais seria desamparada por Ele.


Logo, se eu partir antes de ti faça tudo com mais amor, e lembre-se da rosa branca.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Insossego do esquecer





Meu peito traz uma varanda de sensações abstratas, ou não traduzidas pela minha linguagem. Não sei se são as dobras de outra vida, mas assim como me encontro, não consigo esquecer. Jamais, eu acho. Está trancado aqui dentro.

Não esqueço que tentei sobreviver às tempestades. Juro que tentei esquecer. Pensei que era só mais uma. Mas não. Nunca foi. E talvez fique por mais tempo. Já tentei relatar nos livros que ando escrevendo, cada dia uma página de emoções não faladas a ninguém, segredos insossegados.

Uma maresia que sopra nas noites de frio me esbalda de ar, que já me falta, e me faz sentar mais uma vez, pegar um caderno e começar a escrever. É mais forte do que eu, eu não quero, mas isso vem como uma bala desgovernada que acaba de sair de um revólver cujo dono é maluco e brinca de atirar, o que faz adentrar meu peito abstrato.

Em pedido de socorro me escondo e me afasto. Antes que seja tarde e algo de ruim aconteça. Porém, é inevitável. Quando os olhos não fecham e os ouvidos não se tapam, tudo é revelado. A boca quer beijar o alvo, sentir o sangue da bala percorrer o corpo e cair, esperar e esperar algo acontecer.


Antes que seja tarde, preciso esquecer, antes que eu morra primeiro.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Era uma vez, mais uma vez



Tentei me colocar à disposição do meu sentir, já que havia cansado de me desfazer de mim ao longo desses anos; da minha bravura, da minha esquisitice e dos meus eus infindáveis que, ora me enlouqueciam, ora me ajudam demais. E eu que, mais uma vez, acreditei bondosamente que ocorreria do jeito que eu sutilmente havia planejado. Mas para quê? Se me arrisco todos os dias, e não sei reclamar verbalmente quando preciso, por isso as palavras escritas é que me traduzem. O quanto podem.

Se eu pudesse falar tudo o que vejo as pessoas não acreditariam em mim, não do jeito que deveria, elas ririam como se eu tivesse contado uma piada, e depois esqueceriam. Esse é um dos motivos de eu não falar tanto, pois quando penso em falar me dá taquicardia, então escrevo. E penso: era uma vez aquilo que eles poderiam saber. Mas não! As pessoas não precisam saber de tudo o que elas são, já que elas não fazem muito esforço para procurar se conhecer, e se alguém vê o que elas são, pior, visto que a preguiça não deixa... São vários “era uma vez” e mais uma vez perdidos. No meio do asfalto.

Eu não parei de acreditar em mim, e nem nas pessoas. À medida que ouço um ser humano falar me interesso cada vez mais por ele, cada vez mais pelas suas histórias. Tudo é interessante. Porém, mais uma vez eu me atropelo, ouço as pessoas e, Deus que me perdoe essa vida de empata arromba comigo.  Tem dias que volto pra casa com um cansaço tão grande, sem ao menos ter motivo fortes, dai me vem à cabeça que não sou uma pessoa normal, e vivo em uma sociedade vampira. Sou vampirizada com as lamúrias de muitas pessoas: no ônibus, na rua, no trabalho, no supermercado, na faculdade, na fila de qualquer lugar, e onde mais quer que seja sempre há alguém pra me fazer deixar com os ouvidos de prontidão. Não que eu queira, mas que parece que minha aura apita " É essa aqui, pode atacar!" Já tô me tratando.

E mais uma vez eu escrevo, contando sobre as ideias prolixas que tenho que ouvir por aí. Pessoas insatisfeitas, reclamando sem parar, com saúde para se virar muito bem e querendo se satisfazerem muito fazendo pouco. Eu tento falar, mas elas não deixam, estão ali implorando para serem ouvidas. As poucas palavras que saem da minha boca são mansas: “Tente entender que se não deu certo não era para ser”, “Às vezes, o caminho certo não é aquele que você planejou, e sim aquele que você se arriscaria na hora”, “ A paciência ajuda a energizar o cérebro para um bom raciocínio”, “Tenha em mente que nada cai do céu, um pouco de vontade e esforço ajuda você a encontrar as respostas que precisa”. E assim vai, minhas frases, tão curtas, mas tão significativas para mim. Será que me ouvem mesmo, nessa necessidade de quererem ser ouvidos?

Era uma vez eu conseguir enfiar na cabeça de todos, alguma coisa. E mais uma vez eu chego a me cansar, de fazer tanto e receber ingratidão. Mas, o que sempre falo pras pessoas que vem reclamar ou fofocar de outras para mim: "Fofoca é coisa de gente sem nada pra fazer, com mente vazia e carente! Pois o erro bate na porta de quem errou." Duas coisas que todos sabem e ignoram: somos tão imperfeito quanto o outro e se for para julgar o erro do outro, ele também pode julgar.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Os três conhecimentos: filosofia, religião e ciência.




Eu afirmo que a vida passageira é feita de sonhos inconclusivos, pois um ser humano imperfeito não pode nada concluir enquanto não chegar à perfeição. É sem dúvida uma mistura de ideias subjetivas que forma uma objetiva universal: filosofia, religião e ciência; e sem amor nada desses tipos de conhecimentos seria possível! Sem amor, como se valeria apresentar uma ideia que não fosse com todo cuidado do mundo? Pois que há mais pessoas vazias do que cheia de sentimentos, são poucas que sabem diferenciar esses três conhecimentos, e que os três não existem sozinhos! Precisa-se de um coração forte, uma mente instrutiva e um corpo ágil.

Não há como provar algo, que não se acreditou antes e mesmo antes, se indagou. A vida é justamente embasada nesses elementos. Mas do que vale eles se as pessoas nem sabem usá-los de maneira a evoluir moralmente e intelectualmente? Cadê o amor nessa época de corre e corre e tecnologia? Amor nessa época? É somente uma palavra automática que consiste em prender aquele ou aquela para uma possível solidão a dois, já que para muitos a companhia é dispensável, porque as redes sociais as preenchem por tempo determinado, porém, logo vem de novo o vazio. Esse vazio que não é estudado.

No que se acredita nos dias de hoje? O que se indaga hoje? E o que se prova hoje? Há números limitados de pessoas que buscam conhecimentos para agregar à sua vida, porque o mundo está mudando, eles estão querendo saber o porquê, e tendo fé em dias melhores querem provas de que esses dias chegarão. Mas, há uma imensidão de preguiçosos, orgulhosos, vaidosos e egoístas que estão sentados no sofá, sabendo de cor e salteado, os programas violentos da TV. Esperando que o conhecimento venha numa bandeja, servida por um garçom.

Sem fé, sem questionamentos e sem tomar ciência da vida que se leva é viver de vazio constante; é o mesmo que ligar o controle remoto e ficar no automático, ou melhor ainda, deixar que alguém conduza a sua vida de modo a filosofar por você, enquanto a geladeira e as fofocas o mantém em sua vida. Um dia isso vai acabar, tão logo, e quando chegar o momento de usar todos os conhecimentos o vazio não estará preparado, por estará vazio!

Temo por estes que se acomodam; por aqueles que acham que a religião é Deus, e mal sabem o que significa a ação da palavra religião. Por isso, sentam em qualquer lugar e ficam submissos a qualquer tipo de culto, dogma e costumes que a religião, segundo um homem de poder por trás disso, diz para aceitar como verdade absoluta. Há várias religiões porque há muitas culturas diferentes e cada um se expressa do jeito que quer, sim, mas cada um é cada um. E Deus é um só. Porém, cadê a arte de filosofar? A razão serve para quê? Cadê as perguntas, do tipo: Por que tenho que fazer isso? Por que tenho que seguir isso, ou ler isso? Nada! Se a pergunta não é feita, por mero medo, imagina procurar pela resposta! Muitos sabem pregar, mas poucos sabem provar! Essa é a realidade!


Enquanto a chuva cai grossamente lá fora, há uma separação entre os primatas e os superiores: os primatas não saem na chuva para não se molhar, seriam as pessoas que vivem à merce de um superior que o deixa na ignorância, ou, vive na ignorância por preguiça de pensar, já os superiores, são os donos de si, que não precisam de um líder ou cultos para dizer que é Deus para eles, pois sabem que Deus está dentro de cada um. E mesmo para os ateus, que já estudaram teologia e afins, sabem que o livre pensar é prioridade e mais preciso para tomar conhecimento do mundo interior e exterior.

Não há uma verdadeira e única filosofia universal a seguir, e nem ciência e nem mesmo religião correta; Jesus que era Cristo não tinha religião e nem uma igreja, pois pregava suas palavras na rua para todos sem distinção. Hoje tudo pode ser estudado, está bem na cara de cada um, e é o homem quem cria regras, sempre, para que o outro sacie a sua vaidade, orgulho e egoísmo; aqueles que não tem qualquer vontade de passar por cima de uma pedra pelo caminho não tem preparação para qualquer longo aprendizado, mesmo que seja dono de uma incrível inteligência. Pois somente os que sabem se molhar é os que chegarão em seu destino por si próprio.