Mas, me pergunto: De onde é que conheço ele? Esse
movimento assola minha honesta paixão que tenho por essa criatura que emana
energia conflitante e atraente, quando sinto estarmos em pensamentos afins. O que
fomos em outra vida que não consigo compreender porque cargas d'água essa cola
é permanente? Eu poderia vê-lo sentado, em qualquer cadeira, me olhando com muita atenção e seriedade, com vontade de me pintar e decorar meu rosto numa tela qualquer; ou descrever as minhas características num poema distinto daqueles que, de forma costumeira, já houvera escrito antes.
Rabisco tudo o que vem à
mente: rosto, sentimento, palavras, qualquer coisa. E sabe aquele momento em
que você tem certeza da mais absoluta que ele é uma chave para aquela porta que
há tempos você está querendo abrir? Está um tanto confuso agora.
Porém, ele é a peça do meu quebra-cabeça da qual se faltar deixa um vazio,
um desfalque grande.
Nesse mundo de falta de fé,
raiva, desonestidade, ambição e orgulho, ninguém reconhece mais ninguém, visto que essas emoções bloqueiam tudo
quanto é tipo de sentimento bom, principalmente o de amor genuíno, e isso faz com a pessoa não sinta
nada. Como uma grande pessoa passar por ela e nem o coração maior que vive
dentro do grande órgão humano, o coração, ele sente. Pois há uma teia forte,
daquela feita de náilon, que se chegar perto machuca. Se é triste? Sim, claro
que é. Sorte daqueles que se reconhecem nessa vida, porque na próxima as
consequências serão ainda mais árduas.
Penso que se Beethoven assistisse a nós dois, comporia uma sinfonia do tipo: aventura do amor quimérico. E soaria num recinto, em que rostos jovens e apaixonados não saberiam traduzir a melodia de um encontro impossível. E ainda me pergunto: Quem é ele?