Meu
medo era de um dia acordar e não poder desfrutar do lindo sol, da natureza a
minha volta, das sensações incríveis que tem a vida a oferecer. E o mais
importante, de nunca mais ver Brian. A minha fortaleza sempre fora ele e mais
nada. Do que adianta ter tudo e não ter amor? Sendo que, sem ele, as pessoas
não conhecem nada do que é relacionado a ele.
Brian sorria de um jeito que
era só meu, me fazendo acreditar que ele sempre fora o centro da minha vida e
mais nada e nem ninguém estava a sua frente. Eu me sentia realizada e não
precisava escutar nenhuma palavra vinda da sua boca para ter certeza que ele me
amava muito. Seu olhar o entregava, transmitia a multidão de sentimentos que
viviam enjaulados em seu interior. Até me ver, e despejar tudo em cima de mim,
fazendo-me prisioneira dos seus lábios e seus abraços calorosos e eternos.
- Você sabe que é a única. –
Ele disse. – E que ninguém apagará esse amor que existe entre nós. – Ele pegou
em meu queixo e o ergueu. – Sabe disso, não sabe?
- Sei sim meu amor. Eu amo
muito você.
Ficamos ali naquele eterno
momento, olhando a lua de cima daquele nosso lugar. Gostávamos de ver a lua
juntos. Falávamos de amor, de tudo o que um casal apaixonado nunca deixava de
falar. Eu tinha a minha fé, acreditava muito no amor de Brian. Sentia que,
nunca poderia e jamais me separar dele, pois o mundo não teria nenhum sentido
para mim. Pois, Brian era meu mundo.
- Talita? – Ele me chamou,
surpreendendo-me.
- Oi? – Eu olhei para seus
grandes olhos verdes claros esperando ele falar.
- Se um dia algo acontecer,
você ainda vai me amar? – Perguntou, erguendo as sobrancelhas esperando a minha
resposta.
- O que pode acontecer Brian?
– Perguntei incrédula em resposta a sua pergunta. Mas, senti arrepios e medo
dentro mim.
- Se um dia eu morrer você
promete não chorar? – Perguntou.
- Vamos morrer juntos, seu
bobo! Lembra que combinamos? – Eu disse.
Brian se encostou a meu ombro
e ficou quieto, pensando. Eu daria tudo para saber o que ele estava pensando.
Senti algo doer dentro de mim desesperadamente. Então, me enlacei a ele.
-
Você não esta pensando em me deixar, está? – perguntei.
- Não. Jamais. – Ele disse.
Brian se aquietou em meus
ombros novamente. Ali, falamos o que faríamos no dia seguinte.
O dia seguinte nasceu com o
sol pairando lá em cima. Da janela do meu quarto eu vi Brian com sua moto lá
embaixo me esperando com um belo sorriso. Arrumei-me super-rápido, não gostava
de perder tempo com mais nada a não ser ficar com ele, somente com ele.
Coloquei o perfume que ele me dera em meu aniversário e desci as escadas. Fui
direto para a porta de entrada e sai, correndo para os braços do meu Brian.
O abracei muito forte. O
olhei e senti que, algo estava porvir e que não nos veríamos mais, que
ridículo! Isso não ia acontecer. Deixei essa ideia taciturna de lado e lhe dei
um beijo.
- Eu te amo. – Ele disse.
Então sussurrei a mesma frase em seu ouvido.
- Eu te amo.
Brian me apertou em seus
braços tão forte que quase fiquei sem ar.
- Aonde vamos? – Perguntei.
- Em lugar muito especial.
Subi na moto e Brian deu
partida. Eu estava tão feliz naquele momento que poderia gritar aos quatro
ventos que poderia morrer naquele instante, que morreria feliz. Brian virou a
esquina e para minha surpresa um caminhão muito grande nos pegou, voamos com a
moto até eu sentir a escuridão quase me alcançar. E alcançou.
Acordei assustada e minha
cabeça doía muito. Vi minha mãe e meu pai ao meu lado.
- Brian! – Eu disse gritando.
- Calma filha, você está
ferida.
- Cadê ele mãe! Pelo amor de
Deus, diz que está tudo bem! Diz! – Eu gritei.
- Está sim filha. Ele esta
bem. – Ela disse com a voz entrecortada.
- Quero ver ele, por favor! –
Eu disse já tentando levantar.
- Fique aí mocinha. – Disse
meu pai, que estava do outro lado da cama em que eu estava deitada.
- Pai! – Eu disse chorando. –
Por favor, me diga que ele está bem. Estou sentindo muita dor aqui. – Eu
coloquei a mão do lado esquerdo do peito. – Você não vai mentir para mim, vai?
- Filha. – Ele disse cautelosamente.
E, olhava para minha mãe de soslaio num suspiro profundo e silencioso voltando
imediatamente os olhos para mim, lamentando o que ia dizer. – Ele se foi.
- Não! – Eu disse. – Não, não
e não! É mentira! Quero ver ele, você está mentindo, é feio mentir sabe? Não
minta para mim.
Naquele momento eu chorei até
não querer mais. Meu corpo queria morrer e minha vida agora estava nas mãos de
Deus. Eu só queria ficar com Brian.
- Brian! – Eu gritei e
chorando eu continuei a falar. - Queria te encontrar, te ver novamente meu
amor. Ai! Como dói isso, você não faz ideia. Não queria levar a sério quando
você disse que se um dia morresse era para eu não chorar. – Fiz um momento de
despejo das lágrimas que meu coração mandava. – Brian! Não! Não! Como vou viver
agora? Não! Brian!
Não sei por quanto tempo eu
chorei. Mas, sei que tempos depois eu caí em sono profundo. A dor no meu peito
estava forte demais para eu esquecer. Quando abri os olhos vi meu pai ao meu
lado. Quando tentei olhar para ele meus olhos se negavam a encará-lo, eu tinha
medo de ouvir tudo àquilo de novo. Mas, vendo a mesma cena de ontem, eu cai em
desespero novamente.
- Porque pai. Por quê? Eu o
amava tanto, porque o tiraram de mim? Porque pai? – Eu soluçava. A dor de amor
era a pior do mundo.
- Filha. Não podemos nos
culpar pelos acontecimentos, talvez fosse a hora dele.
- Mas eu disse que eu ia
morrer junto com ele e ia ser lá na velhice. – Eu soluçava. Jamais queria
acreditar que Brian havia me deixado. Jamais.
Não compareci ao enterro, se
eu fosse não aguentaria. Todos compreenderam.
Os dias foram se passando, e
cada vez era mais difícil. Eu via o rosto dele no rosto dos homens que
acompanhavam as suas amadas. Eu o via em todos os lugares que costumávamos ir
juntos. Foi muito torturante no começo. Eu não deixava de chorar um dia sequer
e até fiz consultas com psicólogos. Era bom desabafar, mas ninguém conseguiria
apagar o que eu vivera com Brian e nem o amor que eu ainda sentia por ele e
grande falta que ele me fazia.
O que me deixava mais desesperada
é que jamais ele voltaria para mim.
Lágrimas insistiam em cair,
voando pelo meu rosto cansado e indo parar na boca, me fazendo sentir a dor
tremenda e o gosto salgado das lágrimas. Minha alma ferida não sabe o que fazer
diante da dor agoniante da falta que Brian me faz. Choro e sofro. Como lidar
com essa dor? Não fiz nenhum treinamento para isso.
Só consigo me lembrar dos
momentos lindos com dedicação. Fico imaginando como seria nosso casamento,
nossa casa, nossos filhos! Ah! Seriam tão lindos. Brian tinha os olhos verdes e
os meus são cor de mel, seria uma mistura e tanto. Será sempre uma agonia
infinita a ausência dele, mas, sei que onde quer que ele esteja agora, ele me
quer bem e feliz. Lembrei também que, ele me pediu que não chorasse.
Ah! Como te amei meu Brian.
Ainda te amo tanto! Esse amor não irá morrer nunca e ficará um vazio aqui
dentro. Um dia nos encontraremos. Ainda escuto ele dizer que me ama.
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